Quando pensamos no planeta Saturno, logo associamos algumas situações, sentimentos, atitudes ou comportamentos que na nossa cultura são vistos como nada agradáveis. Autocontrole, tato, cautela, disciplina. Todo cenário saturnino chega recheado de uma emoção também nada aprazível, o medo.
Uma pessoa passando por um trânsito de Netuno tem um discurso bem diferente de outra que esteja num trânsito de Saturno. Enquanto a de Netuno suspira, sente, se confunde, fica compassiva e diz: “Não estou entendendo o que está acontecendo”, “Eu tenho a sensação de que a vida está me levando”, “Eu estou sentindo, mas não sei explicar”, a de Saturno reclama, se justifica, analisa“: Tudo demora”, “Eu pensava que estava pronto e ainda não estava.”, “Eu estou trabalhando muito!”, “Estou exausto!”
O que essas qualidades têm a ver com as relações humanas de uma forma geral e principalmente as relações amorosas? Para pensar nessas questões vamos precisar entender mais um pouco sobre quem é mesmo saturno no nosso mapa.
Saturno são nossos maiores medos, nossa vulnerabilidade, nossas necessidades fundamentais, onde nos sentimos inferiores, incapazes, sem merecimentos!!! Aquilo que a gente quer, deseja muito e demora a chegar. Podemos sofrer decepções e enfrentar dificuldades na área de saturno. São nossas correntes invisíveis, nossa servidão!!
Saturno regula o plano material, a nossa encarnação. É a experiência concentrada. Quando uma pessoa nasce, o campo de energia contrai-se e concentra-se. É essa a natureza de saturno, a dor, a tensão e a pressão da vida têm um objetivo evolutivo. A vida terrena é a experiência onde aprendemos através da profundidade da experiência e dos resultados da nossa ação. É Saturno quem nos lembra através de seus aprendizados, que precisamos amadurecer e encarar algumas realidades, que precisamos crescer, passar de ano, subir mais um degrau.
Através de uma realidade “objetiva”, materializada, saturno vai falar do subjetivo. Por isso precisamos ter um olhar atento para entender as demoras, os atrasos, os limites impostos, a escassez.
Muitas vezes nos identificamos com o que a realidade “objetiva” nos apresenta, por uma falta de consciência e deixamos de ver que estamos na verdade criando nossa própria interpretação da vida. Saturno leva a nos identificarmos mais e mais com nossa interpretação da vida. Passamos não mais a viver nossos problemas ou limites mas sim a sermos nossos problemas e limites, o que é bem diferente.
P.S. [A 2ª parte do artigo está neste link: Saturno nas relações - Parte II]